A História da Black Friday Parte 2: Anúncios Repletos de FOMO vs. a Equipa do Green Friday

20/11/2023

Como se devem lembrar, na semana passada abordámos a evolução da Black Friday e o consequente aparecimento de feriados comerciais adjacentes, como a Cyber Monday e a Black Week. No entanto, o alargamento do período da Black Friday não foi a única novidade trazida pela era digital e pela migração para as plataformas de compras online. Aqui está A História da Black Friday Parte 2.


O poder do FOMO e das entregas no dia seguinte

Muitas pequenas mudanças contribuíram para o aumento do sucesso desta “época festiva”, do ponto de vista de vendas (e para a diminuição do saldo das nossas contas bancárias).

*Aviso de Sensibilidade: proteja a sua carteira antes de continuar a ler.*

  • Publicidade antecipada: Estudos indicam que 50% dos compradores da Black Friday começam a planear as suas compras em setembro ou outubro, e as marcas levam esses dados muito a sério. As mais empenhadas começam até mesmo a revelar algumas das ofertas durante estes meses, infiltrando-se lentamente nos recantos da nossa consciência.
  • Uma avalanche de anúncios: Já não se trata apenas de posts e stories. Os anúncios aparecem em todos os formatos e tamanhos possíveis e imaginários. E mais, para cada publicação orgânica que vemos nas redes sociais, sete anúncios sorrateiros fazem o seu caminho até nós.
  • CTA emocionais carregados de FOMO: Temos de dar mérito aos copywriters que dominam o FOMO (fear of missing out, ou medo de ficar de fora). Nos dias de hoje, os textos publicitários são mais do que simples factos e percentagens de desconto. Agora, tudo gira em torno de manipulação emocional e trocadilhos irresistíveis que nos fazem sentir que precisamos absolutamente de tudo o que aparece no nosso feed.
  • Anúncios personalizados irresistíveis: Acham que é coincidência que aquele casaco vermelho que adicionamos à nossa lista de desejos há duas semanas continue a aparecer no nosso feed? Spoiler alert: Não é! As marcas utilizam ferramentas de segmentação “mágicas\2 para personalizar todos os anúncios que chegam até nós. Graças aos dados que recolhem regularmente, conseguem rastrear os nossos interesses, hobbies, tópicos pesquisados, etc., levando-nos a clicar no botão de checkout.
  • Bombardeamento em várias plataformas: Ah, os bons velhos tempos dos folhetos e dos outdoors! Hoje em dia, não só somos cativados por anúncios em todas as redes sociais (Facebook, Instagram, TikTok…), como também vemos a nossa caixa de email inundada com campanhas de marketing cheias de ofertas irresistíveis. Vamos admitir, não há como escapar.
  • Ofertas em cima de ofertas, em cima de ofertas: As promoções simples já não chegam. Em vez disso, as marcas querem garantir que nos conquistam de uma maneira ou de outra. Além daquele desconto básico de 70% na Black Friday, tentam seduzir-nos com entregas grátis, códigos de desconto extra, amostras gratuitas e, quem sabe, até feijões mágicos. Convencidos agora?

Nem tudo são descontos e diversão

Embora a maioria das ofertas da Black Friday sejam realmente tentadoras e boas oportunidades de poupança, existem algumas exceções à regra. Muitas marcas aproveitam esta altura do ano para promover ofertas inúteis e descontos pouco atrativos, só para marcar presença. Outras chegam ao ponto de aumentar os preços nas semanas que antecedem a Black Friday (ou Black Week), apenas para os baixar para o valor original e apresentar isso como uma “promoção”. Em suma: cuidado com os enganadores!

A equipa do Green Friday contra o mundo dos descontos

Enquanto a maioria das empresas vê a Black Friday como uma ótima oportunidade para terminar o ano com saldo positivo, outras—não muitas—comprometem-se a afastar-se deste conceito, recusando-se a oferecer descontos e até encerrando as suas lojas físicas para evitar a loucura.

Um exemplo desta bravura é a cadeia bem conhecida Dille e Kamille, que fechou todas as suas lojas nos Países Baixos, assim como o seu site, em protesto contra o consumismo da Black Friday.

Algumas destas marcas justificam a sua posição com o movimento Green Friday, incentivando as pessoas a saírem de casa, focarem-se em causas importantes e optarem por alternativas mais ecológicas, promovendo a sustentabilidade e combatendo tendências como o fast fashion e o consumismo desenfreado.

Nos últimos anos, o movimento Green Friday ganhou popularidade graças às preocupações das gerações mais jovens com o planeta e a sua sustentabilidade (obrigado, Greta!).

Black Friday 2052

Agora que analisámos a evolução desta celebração sagrada e ponderámos os seus prós e contras, não podemos deixar de nos perguntar: como será a Black Friday em novembro de 2052? Será que ainda existirá? Ou será que o Green Friday assumirá o comando como o próximo grande fenómeno? Só o tempo dirá.

Boas compras e carrinhos bem cheios!

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