Dia dos Namorados… um dia cheio de amor ou um truque de marketing?

9/2/2023

Chegou aquela altura do ano outra vez!

Chegou aquela altura do ano outra vez!
O sol brilha, os pássaros cantam… e começa a caça ao cartão romântico mais fofinho que se conseguir encontrar.

É impressionante como um dia aleatório pode significar tanto para tanta gente. De um lado, temos os casais e os românticos incuráveis a correrem contra o tempo para encontrar o presente perfeito para as suas “almas gémeas”. Do outro, temos os solteirões e membros honorários do clube dos corações solitários a testarem todas as táticas possíveis para encontrar o the one - “mesmo a tempo” deste dia mágico.

Tudo para evitar mais um Galentine’s Day

Mito eterno ou história digna de ser lembrada?

Contudo, pensando bem… será que sabes mesmo a verdade por trás do Dia dos Namorados?

Podia surpreender-te, mas, segundo algumas lendas antigas, o Dia dos Namorados começou originalmente como um festival romano dedicado a Fauno, o deus da agricultura. Durante esta celebração, rapazes e raparigas eram unidos ao acaso para algumas atividades divertidas, através de um sorteio com nomes escritos em pequenos papéis. Diz-se que muitos destes jovens casais viveram felizes para sempre, mas, infelizmente, não há dados que confirmem resultados tão impressionantes.

Mais tarde, na Idade Média, acreditava-se amplamente que o dia 14 de fevereiro marcava o início da época de acasalamento das aves, o que levou as pessoas a concluir que o amor andava no ar (pelo menos para os pássaros… e para as abelhas).

Com o passar do tempo, surgiu a lenda de São Valentim, um homem bondoso e altruísta, que terá sido executado em nome do amor e da felicidade eterna de outros. Nunca saberemos se ele realmente existiu, mas, se existiu, não há dúvidas de que foi o verdadeiro OG hopeless romantic.

Pode-se questionar qual destas histórias é realmente verdadeira, mas, independentemente disso, é inegável que todas contribuíram para tornar o Dia dos Namorados numa das celebrações mais populares da história da humanidade.

A questão que fica no ar é… Porquê?

Uma chuva de campanhas repletas de amor

Tudo se resume a MARKETING. *uau, que surpresa*

Convenhamos, todos nós temos um fraquinho por coisas bonitas e cintilantes e a evolução da publicidade brindou-nos (e aos nossos feeds do Facebook, Instagram e email) com campanhas espetaculares, repletas de corações chamativos e de cupidos voadores.

A identidade do Dia dos Namorados foi pensada ao detalhe para captar a tua atenção. Desde as cores vibrantes às personagens e figuras divertidas, tudo gira à volta da psicologia.

Acredites ou não, o Cupido, tal como o Pai Natal, o Coelhinho da Páscoa e qualquer outro mascote de feriado digno de um postal Hallmark, não passa de uma invenção engenhosa para tornar as campanhas sazonais mais apelativas para o comum mortal. É incrível o que bons criativos conseguem fazer contigo (e se ainda tens dúvidas sobre a importância da criatividade, talvez esteja na altura de leres o nosso último artigo do blog, só para avisar!).

No entanto, por mais maravilhosa que esta época possa parecer para alguns, para outros, por motivos (válidos) que só a eles dizem respeito, esta avalanche de padrões elevados e ideais pré-definidos pode ser, no mínimo, sufocante.

Uma jogada empática ou mais um golpe de marketing?

Para evitar excluir estas pessoas (solteiras) desta época do ano (ou talvez excluí-las por completo), várias marcas como a Etsy, a TESCO e muitas outras estão agora a permitir que os clientes optem por não receber comunicações relacionadas com o Dia dos Namorados, simplesmente dando-lhes a possibilidade de bloquear todas as campanhas de email com esta temática.

Esta estratégia de email marketing personalizado, igualmente implementada noutras épocas festivas como o Dia da Mãe, o Dia do Pai e o Natal, comprova a veracidade do velho ditado: “se não vês, provavelmente não existe”. (Ok, não temos a certeza absoluta de que isto seja um ditado, mas sinceramente achamos que devia ser!)

No entanto, esta nova tendência emocionalmente inteligente deixou-nos a pensar… Poderá aquilo que parece um gesto genuinamente empático ser, na verdade, uma jogada brilhante de… AUTOMAÇÃO DE MARKETING?

Ao enviar emails de opt-out aos contactos do seu database e ao personalizar os conteúdos enviados para diferentes categorias de pessoas (os que optam por receber e os que escolhem não o fazer), as marcas conseguem criar canais de comunicação muito mais precisos e constantes com os clientes, enquanto (BÓNUS) validam os seus sentimentos e interesses.

Não há como fugir!

Fica bastante claro que não há maneira absoluta de escapar às astutas jogadas de marketing. Quer nos entreguemos por completo ao espírito do Dia dos Namorados ou carreguemos no botão de opt-out um milhão de vezes, acabaremos sempre por “cair na rede” das mais recentes tendências de marketing sazonais, seja qual for a ocasião (o que, repetimos, não acreditamos que seja necessariamente mau). 

E, como não somos anti-Valentine’s (apenas pensadores curiosos com uma grande paixão por analisar tudo ao detalhe), permitam-nos deixar um pequeno conselho: quer estejam sozinhos, casados ou a namorar alguém especial, aproveitem simplesmente as campanhas recheadas de corações vermelhos, balões cor-de-rosa e doces com cheiro a morango. No fim de contas, um pouco de amor nunca fez mal a ninguém.

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